
No dia 22 de outubro de 2024, durante o início da reforma da
calçada da Igreja Matriz de São Sebastião, foi descoberta uma pedra com uma
parte esculpida, que estava voltada para baixo. Existe uma lenda popular que
sugere a sepultura de um padre no local onde a pedra foi encontrada, mas não há
registros históricos que confirmem essa informação, nem tão pouco foram
encontrados resquícios de restos mortais no local, onde afirmam existir tal
sepultura.
Embora a Capela de São Sebastião e Santa Catarina tenha
funcionado como cemitério, conforme documentos extraídos de um livro de tombo e
registrados na obra “História de Mossoró”, de Francisco Fausto, os
sepultamentos realizados no altar incluíam os fundadores Sebastião Machado de
Aguiar e Catarina de Amorim, além de outras pessoas, que foram sepultados
dentro e fora da capela. Este uso do espaço como cemitério perdurou até 1877,
quando a Comissão do Socorro do Império iniciou a construção do Cemitério.
O artefato encontrado pode estar relacionado a dois eventos
distintos: O primeiro ocorreu em 1829, quando foram esculpidos em pedra
calcária o cruzeiro, a pia batismal e a cruz da Igreja, todos realizados por
Francisco Rodrigues, conhecido como Chuva de Fogo. O segundo evento, e o mais
provável, remete à construção da igreja atual, que se deu no início do século
20. Os detalhes da pedra encontrada parecem semelhantes aos das colunas e do
altar-mor da igreja. Acredita-se que a pedra tenha sido trabalhada e posteriormente
descartada antes da conclusão do projeto, embora o motivo e o propósito
original permaneçam desconhecidos.
Reginaldo Claudino da Silva
Presidente da ACADHIS